terça-feira, 17 de maio de 2011

A solidão da doença mental

Hoje encerrei meu estágio em um Hospital Psiquiátrico de São Paulo. Foram alguns encontros de muitas descobertas e um assustador mergulho no mundo singular das "doenças mentais".
Conheci pessoas inesquecíveis: Francisco, Ana, Silas, Roni, Fábio... Pessoas com histórias de sofrimento; abandono; solidão e muitas internações psiquiátricas. Alguns só queriam voltar para casa; outros não sabiam para onde voltar e outros acreditavam que os muros do Hospital ofereciam um acolhimento que eles não teriam (ou não tiveram) do lado de fora.
Hoje escrevo sobre um paciente que se encaixa neste último caso.
Fábio, 19 anos, internado há 03 meses por alguma questão psiquiátrica que não definimos e o abuso de drogas. Ele começa sua história dizendo: " Minha mãe morreu, minha tia morreu, minha avó morreu. Eu morri."
Esta última frase, definitivamente, não combinava com a imagem que víamos: um homem jovem, bonito e atlético. Mas devia combinar com algo, pois era assim que ele se sentia.
Como deve ser estar vivo e sentir-se morto?
Continuamos a ouví-lo.
Ele descreveu suas inúmeras desventuras. A doença da mãe, que